Cientista usa Twitter para questionar paranormalidade
Durante quatro dias, o professor Richard Wiseman, da Universidade de Hertfordshire, pediu que um vasto número de voluntários e pessoas que acreditavam ter poderes paranormais o "seguissem" no Twitter (site de relacionamento) para participar do teste. Wiseman se dirigia a um local secreto e enviava uma mensagem de Twitter pedindo aos participantes que escrevessem de volta, descrevendo suas sensações e impressões do local em que ele se encontrava. Em seguida, Wiseman enviava outra mensagem com fotos de cinco locações diferentes - a que ele se encontrava, além de quatro locações "falsas" - e pedia aos participantes que votassem na que eles consideravam ser a "verdadeira". A que recebesse maior número de votos era considerada a escolha do grupo. O professor acreditava que, se o grupo tivesse habilidades psíquicas, a maioria votaria na locação correta. Em todas as quatro tentativas, no entanto, o grupo escolheu uma das locações falsas. "Na primeira tentativa eu estava olhando para um edifício extremamente moderno, mas a maior parte do grupo (35%) acreditou que eu estava em uma floresta. Em outra tentativa, eu estava sentado embaixo de uma cobertura bastante incomum, mas apenas 15% dos participantes escolheram a locação correta, enquanto 24% (a maior parte) acreditava que eu estava em um cemitério. Isso ocorreu em todas as tentativas", afirmou Wiseman. O objetivo do teste, segundo Wiseman, era testar se o grupo realmente tinha habilidades paranormais, e se os que acreditavam ter essas habilidades se sairiam melhor dos que os outros. A experiência atraiu mais de mil participantes, com 38% deles indicando acreditar em fenômenos paranormais e 16% afirmando ter alguma habilidade psíquica. Não houve diferença de resultado entre os participantes que se diziam "paranormais" e os céticos. Quando os participantes ficavam sabendo qual era a locação verdadeira, no entanto, aqueles que acreditavam ser paranormais tinham maior tendência a tentar se convencer de que havia alto nível de correspondência entre o que eles tinham "visto" e a locação real. A diferença entre os grupos foi bastante notável, afirma a New Scientist, com 31% dos que acreditavam ter "habilidades" indicando uma correspondência "considerável" entre o que eles "viram" e a locação verdadeira, em comparação com apenas 12% dos céticos. "Este tipo de pensamento criativo pode fazer com que as pessoas vejam relações ilusórias com o mundo real e poderia, por exemplo, ajudá-las a se convencer de que há semelhanças escondidas entre seus sonhos e eventos reais", afirmou o professor. "Mas talvez, o mais interessante seja mostrar que milhares de pessoas toparam participar de um estudo instantaneamente no Twitter", disse Wiseman.
OBS: Wiseman tem um poder de juntar pessoas só comparável ao ultra-agregador dançarino anônimo, último sucesso do YouTube. Segundo o site Bombou na Web, o dançarino-doidão "estava se divertindo sozinho no festival americano de música Sasquatch, fazendo uma dança desengonçada, quando, aos poucos, começou a ganhar a companhia de outros. De repente, uma multidão estava acompanhando seus passos". O blog Olhar Beheca fez uma análise interessante e detalhada do video (ver aqui), que é puro deleite para Behavioristas e Psicólogos Sociais...