terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Carta aos Conselhos de Psicologia

Prezados Conselheiros,

Somos psicólogos da Universidade Federal de Viçosa – MG, portanto, de uma instituição pública federal, e vivenciamos em nosso cotidiano, de forma explícita e revoltante, a diferença de condição de trabalho entre os profissionais de saúde da nossa equipe. Hoje, além dela ser composta por cinco psicólogos, ela também conta com um médico psiquiatra (que trabalha 20 horas semanais) e duas assistentes sociais (que atendem por 30 horas semanais). Nós, psicólogos, trabalhamos 40 horas semanais, sendo que o salário base é o mesmo para todos. Ou seja, há uma desigualdade extremamente injusta que acarreta, inevitavelmente, prejuízos na qualidade do nosso trabalho, bem como desvaloriza a nossa profissão. Além disso, é sabida a complexidade que envolve o tipo de trabalho que prestamos, bem como o reflexo disso na nossa saúde mental. Diante do exposto, gostaríamos de insistir na necessidade de uma maior mobilização e apoio por parte do Conselho Federal de Psicologia e dos Conselhos Regionais para que as leis que versam sobre a questão da nossa carga horária de trabalho sejam colocadas em pauta no Congresso Nacional. Há algumas leis que já tramitaram no Congresso, mas que foram engavetadas. Gostaríamos de solicitar, que o CFP e os CRPs defendam publicamente e com mais vigor, inclusive, que dialoguem com os deputados, a respeito da redução da carga horária dos psicólogos para 30 horas semanais. Solicitamos, também, a realização de publicações freqüentes nos jornais da nossa categoria, no sentido de conscientizar os nossos colegas de trabalho. Sabemos que esta questão foi direcionada para as entidades sindicais e particularmente para a federação sindical nacional, a FENAPSI, no sentido de que estas encabeçassem a luta por esse direito em questão. Mas precisamos do prestígio e do poder de divulgação dos Conselhos para que a nossa categoria seja consistentemente mobilizada. Mesmo porque, isso diz respeito direto à nossa condição e imagem (ou identidade) profissional e/ou prestígio diante da sociedade. Desse modo, esse direito tem repercussão até mesmo para os psicólogos que não apresentam qualquer tipo de vínculo empregatício. A nossa profissão vem sendo claramente desvalorizada diante das demais profissões de saúde. Precisamos da união de todos, inclusive dos Conselhos para com os Sindicatos. Precisamos de uma representação efetiva e mobilizadora que defenda os nos

sos interesses enquanto trabalhadores.

Convocamos vocês!!!

E aguardamos uma resposta!!!

Letícia Maria Álvares
CRP 04-23810

Rosana Pontes Cognalato
CRP 04-17726

Felipe Stephan Lisboa
CRP 04-28419

Carmen Lúcia Gomide Costa
CRP 04-10052

Grasiela Gomide de Souza
CRP 04-22326