sexta-feira, 14 de março de 2014

Uma competição fálica


Vagando pelo Netflix acabei caindo no surpeendende e absurdo documentário O membro final. Para quem acha que já viu de tudo no mundo, recomendo entusiasticamente. A sensação de estranhamento - do tipo WTF - será permanente. Em vários momentos, inclusive, me peguei pensando: "Isso é uma piada, essas pessoas são atores, não é possível uma coisa dessas!". Pois bem, o filme conta a história de Siguröur "Siggi" Hjartarson, um simpático velhinho islandês que é dono do único museu do mundo dedicado ao pênis. Sim, amigos, o sujeito possui, milhares de pênis - de todos os animais que você puder imaginar (baleias, hipopótamos e ramsters), com exceção de um: o homem. Por questões legais, Siggi não conseguiu nenhuma doação de um pênis humano e isto o deixa extremamente frustrado. Seu museu não estará completo sem um pênis humano. Mas eis que surgem Pall Arason, um velhinho de 92 anos que é uma figura lendária na Islândia em função do número de mulheres transou em sua vida, e Tom Mitchell, um norte-americano rico e um tanto excêntrico. Ambos sujeitos estão dispostos a doar os seus pênis para o museu de Siggi. Pall, por exemplo, assinou um termo doando seu pênis assim que morrer - o que, imagina, não demorará. Mas Tom não está nada feliz com a possibilidade de Pall "ser" o primeiro pênis do museu. E é por isso que ele deseja, ainda em vida, remover o seu pênis (que ele chama carinhosamente de Elmo) para torná-lo o pênis mais famoso do mundo. Esse sujeito é simplesmente fascinante em sua obsessão por fazer do seu pênis um monumento a ser olhado e admirado por toda a eternidade. Seu entendimento é quase espiritual: "enquanto meu pênis permanecer, eu permanecerei". E seu ato também tem algo de patriótico, tanto que tatuou em sua glande a bandeira dos Estados Unidos! Pode isso, Arnaldo? E é sobre essa espécie de "competição fálica" entre Pall e Tom que trata o filme. Enfim, recomendo demais esse documentário para aqueles que se interessam pela infinita complexidade da psiquê humana.