terça-feira, 25 de novembro de 2008

Psicologia na TV - Parte 2


Descobri no blog Ciência e Psicologia um programa de TV que parece interessante, apesar de apelativo - como quase todos os programas de "vida real". O programa, já na nona temporada, chama-se True Life (!!!) e é vinculado pela MTV às 23:00 horas de Quinta-Feira com reprise à 1:00 hora da manhã no Sábado (na verdade Domingo).

Outros episódios que parecem interessantes são: "Tenho Síndrome do Pânico" (saiba mais aqui); "Tenho Síndrome de Tourette", "Sou viciado em Metanfetamina", dentre outros. Fica a dica!
Cada programa mostra o dia-a-dia de uma ou várias pessoas com problemas específicos. Por exemplo, o último episódio vinculado na MTV Brasil, intitulado "True Life: Sou um alcólatra", acompanha a jovem Casey (foto abaixo) que, de acordo com o site do programa, "se mudou recentemente para Las Vegas, onde gasta todo o dinheiro dado pelos pais para pagar o aluguel em bebidas alcoólicas. Aos 21 anos, ela já foi presa algumas vezes, foi pega dirigindo embriagada e não consegue se manter num emprego. Agora, sem a ajuda dos pais e sem grana para pagar o aluguel, ela terá que arrumar um emprego e, ao mesmo tempo, largar a bebida que a acompanha diariamente". O outro caso mostrado neste episódio é o de Cristina, que "tem 24 anos e é uma alcoólatra assumida. Ela argumenta que bebe para tratar sua depressão, mas reconhece que não leva uma vida muito saudável. Depois de um porre homérico numa boate, ela finalmente começa a freqüentar as reuniões do AA. Mesmo assim, continua num forte ritmo de bebedeiras aos finais de semana até levar um fora do namorado por conta desses exageros. Depois disso, ela cai na real, larga o álcool, pede ajuda para família e amigos e planeja passar o primeiro aniversário sóbria em três anos". 

OBS: No site do programa tem uma enquete ridícula: Com que freqüência você toma um porre? O absurdo é que não há a alternativa "Não tomo um porre" ou "Não bebo". Infelizmente essa não tem sido uma opção para a juventude (que se diz tão independente, mas "depende" da bebida para se divertir). Beber muito ou excessivamente, eis a questão!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Não dá para competir - Volume 8


Como será essa Terapia do Toque? O que vocês acham? Quem postar a melhor resposta vai ganhar... meu sincero parabéns!

Para ver os volumes anteriores clique: aqui (1), aqui (2), aqui (3), aqui (4), aqui (5) , aqui (6) e aqui (7).

Notícias imbecis, manchetes idem - p.3


Saiu ontem no site português Exame Informática:
E se o telemóvel substituir o psicólogo?
Um professor de psicologia japonês teve uma ideia capaz de fazer corar Freud e criou sessões interactivas de psicologia através do telemóvel.



A missão de Yutaka Ohno é ambiciosa: curar um país à beira da depressão, com o recurso ao celular. O sistema desenvolvido pelo investigador japonês utiliza o telemóvel para classificar os níveis de depressão do utilizador, fazendo perguntas sobre hábitos de alimentação ou de repouso. Os telemóveis dos japoneses são utilizados para servir de carteira, bilhetes nos transportes públicos e de televisão. Ohno explicou que o sistema não substitui completamente um tratamento de um psicólogo e que serve de complemento, noticia o Yahoo!Tech. O Japão tem uma das taxas de suicídio mais elevadas do mundo, com 30 mil vítimas em 2007.

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É absurdo (e até perigoso) acreditar que uma máquina um dia substituirá o contato humano na resolução de problemas complexos como a depressão - que é gerada e mantida por muito mais fatores do que os hábitos de alimentação e repouso de uma pessoa. Pode ser que o futuro mostre o quanto estou errado e que uma máquina possa efetivamente substituir um psicólogo e tratar a depressão, mas felizmente estamos longe disto: a humanidade ainda persiste. No mais acabou de surgir um novo significado para Terapia Celular.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Fábio Assunção vai pra Rehab



O assunto que certamente vai bombar na net e nas conversas esta semana é o afastamento do ator Fábio Assunção da novela "Negócio da China" (onde é protagonista) para tratamento da dependência de cocaína. O assunto é capa da revista Veja desta semana, bem como de diversas reportagens na imprensa escrita e digital. A abordagem da mídia tem sido, como sempre, sensacionalista, pouco informativa e nada reflexiva (como vocês podem ver pela irônica e idiota manchete do jornal Meia Hora do dia 14 de Novembro, reproduzida acima). E como sempre a dependência é entendida como fraqueza de caráter. O próprio autor da novela, Miguel Falabella, disse para o JB Online que "gostaria que ele voltasse para o fim da novela. O Fábio é bonito, talentoso, mas está passando por um período de fraqueza. E quem não tem as suas?". Fábio não tem uma fraqueza, mas uma doença. Isto não significa que ele não tem responsabilidade sobre seu tratamento, mas também não é o único algoz de seu problema. Fábio, como qualquer dependente químico, é, ao mesmo tempo, mocinho e vilão de sua dependência. De qualquer forma, espero que a internação ajude Fábio a superá-la.

Aproveito a oportunidade para indicar dois livros recém-lançados pela editora Artmed sobre o tratamento em dependência química. O primeiro, intitulado "Prática psicoterápica eficaz dos problemas de álcool e drogas" (de A. M. Washton e J. B. Zweben), parece espetacular. Segundo o site da editora, este livro "mostra como: conduzir avaliações precisas do uso de álcool e drogas; engajar os pacientes 'onde eles estão' e intensificar a motivação para a mudança; desenvolver um plano de tratamento individualizado; trabalhar em direção a objetivos aceitos mutuamente de abstinência ou redução de danos; abordar os problemas emocionais e psiquiátricos coexistentes; reduzir os riscos de recaída e administrar os reveses; abordar os assuntos psicodinâmicos centrais ligados aos transtornos relacionados ao uso de substâncias". Diz ainda que, além de um "guia prático de valor inestimável, este livro é leitura obrigatória de profissionais de qualquer orientação ou disciplina teórica, incluindo psicólogos, assistentes sociais, psiquiatras, conselheiros, terapeutas de família e enfermeiros, assim como alunos com estudos avançados nessas áreas. Os especialistas no tratamento do uso de substâncias também encontrarão uma fonte exclusiva de informações". 

O outro livro (re)lançado pela editora é o clássico "Prevenção de recaída: estratégias de manutenção no tratamento de comportamentos aditivos" (de G. A. Marlatt, D. M. Donovan e colaboradores), publicado originalmente por Marlatt e Judith Gordon em 1985, lançado no Brasil em 1993, esgotado e (finalmente!) re-lançado agora em uma segunda edição revista e ampliada pela mesma editora. O livro é imperdível para quem trabalha com dependentes químicos. De acordo com o site da editora, "fundamentado em pesquisa e ilustrado com inúmeras vinhetas clínicas, Prevenção de recaída apresenta maneiras inovadoras para ajudar as pessoas a manterem a abstinência e os difíceis objetivos do tratamento de redução do dano – mesmo em situações de alto risco. Com extensa revisão dos capítulos sobre álcool, fumo e transtornos alimentares, esta edição apresenta novos capítulos sobre estimulantes, opióides, cannabis, club drugs, jogo patológico, comportamentos sexuais de risco e de transgressão sexual e questões etnoculturais na prevenção da recaída. Este livro apresenta conceitos e ferramentas essenciais para todos os profissionais que trabalham nesta área desafiadora, incluindo psicólogos clínicos, assistentes sociais, psiquiatras e conselheiros de dependências químicas, e profissionais de saúde afins. Os estudantes e residentes nestes campos vão considerá-lo um texto extremamente informativo".

OBS: Ontem mandei um e-mail para a editora perguntando se não tem intenção de re-lançar outro livro magnífico, "Processos humanos de mudança", do psicólogo construtivista Michael J. Mahoney. Esgotado há alguns anos, este livro deveria ser amplamente lido e estudado nas faculdades de psicologia. Não recebi resposta da editora ainda... Update (18/11): a Artmed disse não ter previsão de editar o livro novamente. Triste!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Ensaio sobre a nossa cegueira



No último fim-de-semana finalmente assisti o filme Ensaio sobre a cegueira, do brilhante diretor Fernando Meirelles. Apenas uma palavra: MARAVILHOSO!!! Fernando, como era de se esperar, acertou ao escolher levar às telas a interessantíssima alegoria sobre a humanidade de José Saramago. E felizmente não se rendeu ao estilo hollywoodiano de contar histórias. O filme tem um ritmo mais lento e, coerentemente com o enredo, a maior parte das imagens são desfocadas e esbranquiçadas, o que impede que captemos exatamente o que está ocorrendo na tela. O filme nos coloca na posição de cegos. Não vou falar mais, pois ninguém melhor do que o próprio Saramago para falar sobre uma adaptação de sua obra:

OBS: A crítica de Pablo Vilaça do filme, como sempre, é excelente.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Não dá para competir - Volume 7



Definitivamente não dá para competir com quem tem A RESPOSTA PARA ABSOLUTAMENTE TUDO. Quanta pretenção, meu deus!!! Os autores (e agora "cineastas") de auto-ajuda sempre dão um jeito de se superar. O Segredo atualmente não é mais do que um misteriozinho bobo diante da RESPOSTA PARA ABSOLUTAMENTE TUDO. E além do mais estes picaretas odeiam artigo indefinido: nunca falam em um Segredo, mas n'O SEGREDO; nunca em uma resposta, mas n'A RESPOSTA. Isto para não falar que filmes como esse são ABSOLUTAMENTE CHATOS, como vocês podem ver no trailler do filme:

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Lançamento - Mentes Perigosas


Depois de publicar "Mentes Inquietas" (sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH) , "Mentes & manias" (sobre o Transtorno Obssessivo-Compulsivo - TOC), "Mentes com medo" (sobre os Transtornos de Ansiedade: fobia, síndrome do pânico, ansiedade generalizada, TEPT, etc.) e "Mentes insaciáveis" (sobre os Transtornos Alimentares: anorexia, bulimia, vigorexia e obesidade), a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva acaba de lançar o livro "Mentes perigosas - O Psicopata mora ao lado", sobre o Transtorno de Personalidade Antissocial, popularmente conhecido como psicopatia.

Ana Beatriz, acusada por muitos acadêmicos invejosos e pouco (ou nada) lidos, de superficial e popularesca, é, na minha opinião, uma ótima divulgadora do campo “psi”. Ainda que não tenha a genialidade dos grande divulgadores científicos (Carl Sagan, Stephen Jay Golud, Richard Dawkins, Antonio Damásio, etc), a autora atinge seu objetivo (alertar e explicar à população sobre as psicopatologias) sem precisar recorrer ao insuportável porém disseminado "academiquês", linguagem hermética e ininteligível, utilizada por intelectuais - comumente psicanalistas - que, inseguros quanto ao próprio conhecimento, escrevem de forma a gerar nos leitores um estranho comportamento: quanto menos eles entendem o que está escrito, mais admiram o escritor. Devem pensar: “se eu não estou entendendo o texto é porque eu sou burro; e se eu sou burro é porque o escritor é inteligente”. E assim, estes intelectuais são colocados no Olimpo acadêmico e idealizados para todo o sempre... NOT!!! (como diria Borat).



De qualquer forma, o tema deste novo livro é fascinante e já foi intensamente explorado – muitas vezes equivocadamente - no cinema, em filmes de serial killers (Seven, Do inferno, Jogos Mortais, etc.) e em séries de TV (CSI, Bones, Dexter, etc), além de novelas (vide Flora). Mas ainda há poucos livros sérios e artigos científicos sobre o assunto. Este lançamento vem a calhar. Além disso, na esteira dos acontecimentos em Santo André, que culminou com a morte de Eloá e a prisão do jovem Lindemberg Faria, a mídia voltou sua atenção para a psicopatia (ainda que haja muitas dúvidas se, neste caso, há realmente um diagnóstico). O assunto foi capa da Istoé da semana passada, bem como de reportagem/entrevista da revista Época.

Psicologia Espacial


Mesmo com tantas áreas já existentes na Psicologia (clínica, escolar/ educacional, organizacional/do trabalho, hospitalar, jurídica/ forense, desportiva, ambiental, social-comunitária, política/ econômica, neuropsicologia, etc), vira e mexe uma nova área é criada. Chegou a vez Psicologia Espacial. Sobre esta nova "possibilidade" de atuação do psicólogo, sugiro a leitura da seguinte notícia, publicada mês passado no site da revista Info:

Astronautas ganham psicólogo online

BOSTON – Seu trabalho é perigoso e seus colegas dependem de você para ficar vivos. Você não pode se afastar desses colegas, não vê sua família por meses – até anos – e a comida não é boa. E esqueça de dar uma volta para tomar um ar. Sem dúvida, a aventura do vôo no espaço pode sempre ser estressante, isolador e depressivo. Por isso, cientistas estão trabalhando para dar aos computadores a possibilidade de oferecer o entendimento – se não todo o conforto – de um terapeuta humano, antes que problemas psicológicos e conflitos interpessoais comprometam a missão. Testes clínicos no projeto de US$ 1,74 milhão e quatro anos para a Nasa, chamado Estação Espacial Virtual, devem começar em Boston no próximo mês. O novo programa não tem nada do HAL, de “2001: uma Odisséia no Espaço”. A interação entre o astronauta e a Estação Espacial Virtual é menos sofisticada e mais benevolente. No projeto, patrocinado pelo National Space Biomedical Research Institute, um terapeuta gravado em um vídeo guia o astronauta por uma terapia bastante usada na depressão chamada “tratamento de resolução de problemas”. A gravação ajuda os astronautas a identificarem as razões para sua depressão. O programa, então, ajuda-os a fazer planos para lutar contra a depressão, baseados nas descrições que os astronautas digitam sobre seus problemas. Os astronautas também podem aprender estratégias para lidar com conflitos por um jogo interativo e até mesmo ler livros de psicologia. Apesar de ser direcionado a astronautas, os líderes do projeto acreditam que ele poderia ajudar os pacientes da Terra que não vão a um terapeuta por causa do custo ou do orgulho, ou por viverem em áreas rurais com poucos psicólogos.


Ainda sobre este assunto comenta o psicólogo behaviorista Felipe Epaminontas em seu excelente blog Ciência e Psicologia:

Eu sempre quis ir ao espaço, mas pra que enviariam um psicólogo ao espaço? Bom, de acordo com o Universe Today, eu já tenho uma desculpa para isso! O fator psicológico dos astronautas é de grande preocupação atualmente para a NASA, principalmente quando se pensa em viagens de longa duração à Lua e Marte. A grande preocupação é a possibilidade de depressão e conflitos interpessoais. Em outro planeta, se ocorre algum desentendimento entre você e seu colega, não há como excluí-lo de sua vida. Se sentir saudades, não dá para voltar para casa. Em caso de acidentes, não existem serviços de emergência. Um estudo já está sendo feito na Terra em que voluntários passam vários dias isolados do resto do mundo realizando tarefas, com o objetivo de encontrar os principais desafios psicológicos do isolamento e maneiras de superá-los. Desafio que pode ser comparado aos grandes navegadores deixando seus continentes pela primeira vez. Mas nem tudo são tragédias: ao passar muito tempo no espaço ou andando pela Lua, alguns astronautas (ex. Russel Schweikart, Apollo 9; Edgar Mitchell, Apollo 14) relataram uma sensação de euforia e uma espécie de “conexão cósmica” com o universo. Um estado semelhante ao de monges budistas (ou algumas pessoas sobre efeito de LSD?). Será efeito da falta de gravidade no cérebro? Ou resultado de experiências tão diferentes? 
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Esta nova "possibilidade" de atuação profissional não deve vingar no Brasil. Estamos como sempre estivemos, por fora da corrida espacial em andamento no mundo. Com relação à atuação online já temos algumas experiências (ver aqui, aqui e aqui), embora o CFP proiba qualquer trabalho psicoterapêutico não-experimental mediado por computador (ver Resolução n° 12 de 2005) e tenha instituido, através da Resolução n° 6 de 2000, a Comissão Nacional de Credenciamento e Fiscalização dos Serviços de Psicologia pela Internet. De acordo com a primeira resolução citada (12/2005):

São reconhecidos os serviços psicológicos mediados por computador, desde que não psicoterapêuticos, tais como orientação psicológica e afetivo-sexual, orientação profissional, orientação de aprendizagem e Psicologia escolar, orientação ergonômica, consultorias a empresas, reabilitação cognitiva, ideomotora e comunicativa, processos prévios de seleção de pessoal, utilização de testes psicológicos informatizados com avaliação favorável de acordo com Resolução CFP N° 002/03, utilização de softwares informativos e educativos com resposta automatizada, e outros, desde que pontuais e informativos e que não firam o disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo e nesta Resolução.

CFP versus Vaticano

Antes do CFP eu já havia publicado e me manifestado sobre a recém-lançada resolução do Vaticano que exige a avaliação, por psicólogos, da orientação sexual de candidatos a sacristia. Hoje (dia 3 de Novembro) finalmente o CFP se posicionou: Um documento divulgado pelo Vaticano na última quinta-feira (30), anunciando a decisão de recorrer a psicólogos para avaliar se os candidatos a entrar nos seminários da Igreja Católica são homossexuais foi repudiado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Pelo menos no Brasil, os psicólogos não poderão avaliar pessoas para essa finalidade, sob pena de infringirem o Código de Ética da categoria e a Resolução 001/99 do CFP, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual.
 
Considerando que a homossexualidade não é doença, nem distúrbio e nem perversão, a Resolução define que os psicólogos “não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades”. A Resolução determina ainda que “os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”.

Apesar de considerar preconceituosa a posição, o Conselho não desconhece a soberania do Vaticano em definir suas normas internas. Contesta, isto sim, que a Igreja recorra aos psicólogos para respaldar esta posição e ignore os avanços dos movimentos sociais em todo o mundo, que defendem o direito à livre orientação sexual.