quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A psicóloga cristã e eu: uma tentativa de diálogo


Todos já devem estar à par da polêmica envolvendo a auto-denominada psicóloga cristã Marisa Lobo (saiba mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Pois bem, outro dia resolvi interpelá-la diretamente no Twitter para lhe perguntar algumas coisas. Inicialmente escrevi o seguinte: 



Ela respondeu imediatamente:



Eu repliquei, citando um trecho da lei 5766/71:


Ela respondeu:


Eu repliquei:


E emendei a pergunta:




Então ela respondeu, soltando a seguinte pérola:


Fiz outra pergunta, que ela não respondeu. Insisti, repetindo-a:


Ela respondeu, de forma confusa:


Diante desta resposta insisti em uma pergunta anterior. Pensei o seguinte: se ela não é favorável à extinção do CFP mas também não concorda com sua fiscalização (que é sua função central), para quê, afinal serviria o CFP, na visão dela? Repeti minha pergunta.


Ela não somente não respondeu como partiu para o ataque.


Obsessão? Como assim? Fiz apenas quatro perguntas e emiti duas opiniões. Não considero que isto seja suficiente para eu ser considerado obsessivo. Nunca havia me comunicado com ela antes. Mas, neste dia, quando resolvi estabelecer contato, ela começou respondendo, eu segui perguntando. E como assim, "se fosse crente Deus já tinha te curado"? Por acaso ela sabe se eu sou ou não crente? Porque a estou questionando não posso ser crente? De fato não sou, mas há muitos cristãos que não concordam com sua visão de mundo e com sua atuação, que mistura de forma confusa psicologia e religião (este artigo expõe tal confusão). Mas o que mais me espantou, de verdade, nem foi esta reprimenda dela, mas o tweet seguinte, de um de seus seguidores - ou melhor, seu cão de guarda.


Peraí!!! O que tem a ver o fato dela ser casada e fiel ao marido com minhas perguntas e opiniões emitidas em poucos tweets (disponíveis para quem quiser ver). Esse cara tá maluco! Tá confundindo as coisas. Como dizem, tá trocando alhos por bugalhos. Enquanto psicólogo, quis saber um pouco mais da opinião dela sobre algumas questões. O twitter dela é público e ela responde se quiser. Ela respondeu e eu me senti à vontade para fazer mais perguntas. E estas não se dirigiram, em nenhum momento, à vida pessoal dela, mas à sua persona pública. Importante ressaltar que ela própria tem se exposto nas redes sociais. Inclusive foi ela que colocou na internet a cópia do processo instaurado pelo CRP-08 contra ela. O Conselho não poderia nunca fazer isto, tendo em vista o sigilo de todo o processo disciplinar. Mas o triste é que parece que ela espera receber somente elogios por suas atitudes. Perguntas e críticas não são bem vindas. Respondi à agressão de seu cão de guarda com educação e não voltei mais a me dirigir a eles.



Mas a agressão continuou...




E Marisa ainda me chamou, gratuitamente, de burro... até agora não sei qual foi exatamente, minha burrice. Questionar suas atitudes?



Por um segundo, imaginei ser possível um diálogo racional.Vã ilusão!


Perseguição religiosa


Relacionamentos modernos - Parte 34


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Fragmentos de "O médico e o charlatão" (1957)


Interessantíssimo o filme "O médico e o charlatão" (Il medico e lo strogone, de 1957) do diretor italiano Mario Monicelli. O filme conta a história do médico Francesco Marchetti (interpretado pelo ator Marcello Mastroianni), que se muda para uma pequena cidade no interior da Itália, onde pretende atender pessoas em seu consultório e implementanr ações de saúde coletiva, iniciando pela aplicação massiva de vacinação antitifo. Tudo isto imbuído dos mais nobres princípios científicos. O problema é que a população idolatra o curandeiro local  Dom Antônio (interpretado pelo ator e diretor Vittorio de Sica, hilário), a quem recorre-se para lidar tanto com questões de saúde quanto para resolver problemas pessoais e espirituais. Inicia-se, então, um embate entre a ciência do Dr. Marchetti e a eficácia simbólica de Dom Antônio, pela atenção e credibilidade da população. O que está em jogo é a visão de mundo materialista, do médico, em oposição à visão espiritualista e holística do curandeiro, considerado charlatão pelo primeiro. Em um diálogo interessante, uma senhora afirma estar com dificuldade para dormir, ao que o Dr. Marchelli afirma:

- A insônia é um mal muito comum, mas também é verdade que há ótimos medicamentos. 

Ela nega a oferta medicamentosa e afirma:

- Sem ofendê-lo, mas vocês médicos são muito materialistas. Veja, em certos casos, é o espírito que é curado. À noite, depois de ouvir uma boa música, durmo muito bem.

Em outra cena, Dom Antônio é chamado à delegacia para explicar algumas de suas práticas pouco ortodoxas. O médico está presente no local. O chefe de polícia afirma, em certo momento do interrogatório, que Dom Antônio possui diversas propriedades, compradas a partir do dinheiro ganho com tais práticas. O curandeiro então se manifesta:

- Há anos eu atendo essa gente. [falando para o médico} O senhor trabalha de graça?

Dr. Marchelli responde:

- Eu não vendo escapulário, chá de ervas, sapos secos.

Dom Antônio afirma então:

- A superstição. Sempre houve superstição. Há mais supersticiosos do que quem apoie a eficiência da medicina. Como não? O senhor, por exemplo, senhor chefe de polícia. Não prendeu um pedaço de coral a seu relógio de pulso? E aposto que no bolso não tem pílulas contra dores reumáticas, embora sofra disso. O fato é, meus caros senhores, que nem todos conhecem a miséria e ignorância de alguns. Tudo bem, a culpa não é de ninguém. É coisa de séculos. Mas porque nos admirarmos se preferem sistemas de cura com séculos de idade? Acreditam em certas coisas? Bem, eu os satisfaço. E assim eles se sentem compreendidos e talvez acreditem que estão melhor. Às vezes vocês sabem, estão realmente melhor porque a vontade de sarar faz mais do que qualquer remédio.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Medicalização da vida - Parte 13


Medicalização da vida - Parte 12



Sufoco da Vida
Harmonia Enlouquece

Estou vivendo
No mundo do hospital
Tomando remédios
De psiquiatria mental

Estou vivendo
No mundo do hospital

Tomando remédios
De psiquiatria mental
Haldol, Diazepam
Rohypnol, Prometazina

Meu médico não sabe
Como me tornar
Um cara normal

Me amarram, me aplicam
Me sufocam
Num quarto trancado
Socorro
Sou um cara normal
Asfixiado

Minha mãe, meu irmão

Minha tia, minha tia
Me encheram de drogas
De levomepromazina

Ai, ai, ai
Que sufoco da vida
Sufoco louco
Tô cansado
De tanta
Levomepromazina

Medicalização da vida - Parte 11




Canção da depressão
Os Seminovos

Você anda deprimido?
Mas que coisa démodé!
Tem um mundo colorido
Na farmácia, pra você!

A dor forte de perder uma paixão
Não vai mais te incomodar
O emprego que só causa frustração
Você vai passar a amar!

Refrão:
Fluoxetina, Sertralina, Citalopran
Paroxetina, Nefazodona, Clonazepan
Pra dormir bem à noite e acordar de manhã bem melhor!

Você vai curtir novela
Vai gostar de ficar só
Vai achar que a vida é bela
Você vai dançar forró

Vai cantar os refrões bestas das canções...
Que só tocam por jabá...
Decorar todos os hits dos verões...
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá...

Acredite no que a bula diz:
A felicidade é química! Ninguém é infeliz...
Você será pra sempre cool... por isso a receita é azul!