Em 2007, no último ano da faculdade, escrevi alguns textos cômicos sobre a Psicologia e os Psicólogos para o Jornal do Centro Acadêmico do curso. Segue o primeiro deles.
Tendo em vista a multiplicidade de áreas de atuação do psicólogo (clínica, escolar, organizacional, jurídica, etc.), lanço mais uma possibilidade, inacreditavelmente inédita: a atuação “personal”. Imaginem esta cena: você chega em casa cansado, levemente estressado, precisando de alguém para conversar (na verdade, para lhe escutar). Você então abre seu guarda-roupa e tchanam: eis que surge seu personal psych! Com sua escuta diferenciada ele ouve atentamente seus problemas, suas frustrações, seus desejos, interpreta seus sonhos, seus atos falhos, questiona sobre sua infância, sobre sua mãe... Aliviado, você fecha a porta do guarda-roupa, toma aquele banhozinho gostoso, veste aquele pijaminha cheiroso e dorme. Feliz, completamente feliz. Não seria uma maravilha?
Tendo em vista a multiplicidade de áreas de atuação do psicólogo (clínica, escolar, organizacional, jurídica, etc.), lanço mais uma possibilidade, inacreditavelmente inédita: a atuação “personal”. Imaginem esta cena: você chega em casa cansado, levemente estressado, precisando de alguém para conversar (na verdade, para lhe escutar). Você então abre seu guarda-roupa e tchanam: eis que surge seu personal psych! Com sua escuta diferenciada ele ouve atentamente seus problemas, suas frustrações, seus desejos, interpreta seus sonhos, seus atos falhos, questiona sobre sua infância, sobre sua mãe... Aliviado, você fecha a porta do guarda-roupa, toma aquele banhozinho gostoso, veste aquele pijaminha cheiroso e dorme. Feliz, completamente feliz. Não seria uma maravilha?
Agora imaginem outra cena: você chega em casa
cansado, levemente estressado, você quer muito dormir, mas seu quarto está uma
bagunça e isto lhe incomoda. Você liga então para sua namorada e desabafa sobre
seu problema. Ela, mau-humorada como sempre, fala algo do tipo: “E eu com
isto?”. Você desliga o telefone mais frustrado do que quando ligou. Neste
momento lhe ocorre uma idéia: ligar para a ABPP (Associação Brasileira dos Personal
Psychs). Você liga e a secretária lhe informa que, dentro de 2
dias um PP do tipo O (organizacional) estará chegando em sua residência. Você
reclama do valor do frete, mas acaba aceitando. Dois dias depois, o interfone
toca. Você atende. É ele, é ele! Você não consegue esconder sua ansiedade. Você
abre a porta e tchanam: eis que surge seu personal psych! Agora você tem
certeza de que sua vida vai mudar.
A primeira coisa que ele faz (antes mesmo de lhe cumprimentar) é
analisar o ambiente onde você está inserido: observa atentamente todos os
detalhes de sua casa, todas as coisas fora do lugar, todos os cantos
empoeirados, todos os CDs desordenados. Decide então implantar o Programa 5S de
Qualidade. Descarte, organização, limpeza, saúde e autodisciplina. Tudo o que
você precisa! Implantado o PQ (programa de qualidade), o PP lhe aplica uma PC
(pesquisa de clima) e descobre, após analisar exaustivamente os dados
quantitativos, que você tem problemas de relacionamento interpessoal. Ele,
então, pela primeira vez, lhe dirige a palavra perguntando: “Como vai?”, e você
responde que tem brigado muito com sua namorada. Identificada a variável
interveniente, ele decide inseri-la em um PDV (programa de demissão voluntária) mas, como a
variável não quis colaborar, o PP inicia então um processo OP (out-placement),
demitindo-a por conta própria e encaminhando-a para a PQP. Recolocada a antiga
colaboradora, o PP decide iniciar um processo de recrutamento de candidatas à
vaga, agora em aberto.
* Além do tipo C (clínico) e do tipo O
(organizacional), existem PPs do tipo EE (escolar e educacional). Isto sem
falar nos modelos especiais: E (esporte), J (jurídico), T (transito) e M
(misto). Para os menos abastados, versões genéricas podem ser adquiridas. Mas,
cuidado! Modelos falsificados estão sendo vendidos no mercado como originais.
Os efeitos colaterais são fortíssimos.
OBS: No próximo artigo discutirei uma possibilidade ainda mais recente e inovadora: a psicologia botânica. Planta também sofre, também ama, também se sente paralisada diante das adversidades da vida. Não podemos nos esquivar de tal problema.