segunda-feira, 6 de julho de 2009

Psicologia cristã - O retorno


A frase abaixo foi retirada de uma reportagem recente vinculada pelo Google Notícias. Retirei o nome da psicóloga pois não quero receber mais uma ameaça de processo (como recebi há cerca de 1 mês em função de um post sobre um charlatão, que acabei retirando do ar):

"A psicóloga xxx abordou o tema do medo de amar. Disse que, apesar dos traumas, é possível superar as decepções com a ajuda de Deus, sem transformar as situações dolorosas em 'muletas'".

Não sei se a reportagem distorceu a fala da "psicóloga" ou se ela falou isso mesmo. A questão é que tal argumentação não é, digamos, "psicológica", mas pura e simplesmente religiosa. Portanto o "psicóloga" no início da frase já não faz o menor sentido... Venho insistindo nesta questão pois considero muito perigosa a junção da Psicologia (enquanto profissão) com a Religião. Ambas tem seu espaço na sociedade... separadamente! A religião, principalmente a católica, está impregnada de uma moral conservadora que o profissional não pode, no meu ponto de vista, levar para sua prática. Quando estagiava em um CAPS na minha cidade presenciei uma cena que nunca me esqueci. Coordenávamos, eu e outra estagiária, uma reunião com os usuários, quando um deles falou que estava aprendendo a tocar violão. Brincando, um outro usuário falou algo do tipo: "E punheta, continua tocando?". Imediatamente, minha colega estagiária, católica fervorosa, gritou que aquilo não podia ser dito, muito menos ser feito (se é que vocês me entendem)... É CLARO QUE AQUILO PODIA SER DITO E, CERTAMENTE, SER FEITO! Quando gritou com os usuários, a estagiária não estava sendo (ou tentando ser) uma profissional. Estava agindo como uma religiosa ultra-conservadora que considera tudo relacionado a sexo como pecado. Ela mesmo me confessou isso mais tarde! Triste...
Comentários
2 Comentários

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu acredito que a psicologia é uma profissão neutra em relação à valores espirituais, ou seja, não defende nem ataca fé alguma. Acho que o problema disso é predispor, ou pelo menos facilitar, que os psicólogos se tornem pessoas permissivas demais, relativistas demais e até mesmos hedonistas demais perdendo uma visão de futuro do seu cliente. Quem garante que um homem que vive um casamento aberto com a sua mulher não vai mais tarde, no futuro, desenvolver sérios problemas de autoestima ou dificuldades outras em relacionar-se? Acho que os ensinamentos cristãos servem como um viés extra para pessoas que acham que vale tudo para alcançar a felicidade sem uma visão a longo prazo. Eu mesmo, filho de lésbicas, sofro muito por isso. Certamente qualquer psicólogo levantaria bandeira a favor de que gays adotem ou tenham filhos. Mas e esses filhos, alguém os consultou? Se sim, essa consulta foi feita em maturidade suficiente? Preferiria uma familia normal ou dois homossexuais como pais (mães)? Se a minha mãe tivesse se consultado com um(a) psicólogo(a) cristão (ã)ela teria ouvido essas perguntas e, talvez, eu não tivesse razões para querer o suicídio.

Anônimo disse...

O QUE VC TEM A DIZER QUANTO A QUESTÃO QUE ESTÁ EM ALTA : HOMOSSEXUALIDADE? NA SUA OPINIÃO A PESSOA NASCE HOMO?