segunda-feira, 12 de abril de 2021

12 livros de neurociência crítica

Dando continuidade às indicações bibliográficas gostaria de indicar hoje 12 livros que trazem visões críticas ao campo das neurociências e, especialmente, a certos neuro-discursos, que possuem, atualmente, grande visibilidade e legitimidade. Todas as obras indicadas trazem questionamentos à certos usos e interpretações dos achados neurocientificos que, por vezes (muitas vezes!), caem em perigosas e equivocadas formas de reducionismo. Importante apontar que nenhuma destas obras pretende desconsiderar o valor da pesquisa neurocientífica mas todas acreditam na importância da critica para o avanço desta e de todas as ciências. Não se trata, portanto, da critica pela crítica, mas da critica que tenta trazer complexidade à uma ciência que se dedica a estudar um objeto complexíssimo: o sistema nervoso - que, cabe apontar, inclui o cérebro, mas não se resume a ele. A proposta do campo da neurociência critica e de outras abordagens críticas começa justamente por re-inserir o cérebro e o sistema nervoso numa teia de relações que envolve o restante do corpo, a mente (que se relaciona com o cérebro mas não se reduz à ele) e também os ambientes físico e social que nos envolvem e nos constituem. Esta visão em rede, por sua vez, traz como consequência o entendimento de que não basta analisar o cérebro e o sistema nervoso para se compreender determinados fenômenos psíquicos e sociais - ao menos não em suas totalidades. Enfim, o que todos estes livros pretendem é trazer complexidade para fenômenos e conceitos que, muitas vezes, tem sido apresentados e explicados de forma excessivamente simplista e reducionista - no sentido negativo do termo. Incluí nesta lista 3 livros publicados em português (o meu, inclusive) e 9 livros estrangeiros. E o motivo desta disparidade é que, de fato, existem pouquíssimas publicações em português sobre esta temática que, igualmente, é pouquíssimo estudada em nossas pós-graduações. Caso você tenha interesse em adentrar e se aprofundar neste campo da neurociência crítica sugiro que comece pelos livros em português e, posteriormente, avance para as leituras estrangeiras.
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