Psicologia dos Psicólogos

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Mal-Estar na Pós-Modernidade


às 14:57:00
Marcadores: antidepressivos, humor, mal-estar, medicalização, tecnologia
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Felipe Stephan Lisboa
Sou Psicólogo, especialista em Ciências Humanas e Saúde pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e mestre em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da UERJ. Desde 2008 trabalho como psicólogo na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais - que é bem pertinho da minha cidade natal: Juiz de Fora. Interesso-me enormemente pela questão da distinção entre o normal e o patológico, pelas discussões sobre a patologização e medicalização da sociedade, assim como pelas problemáticas do sujeito cerebral e do impacto das neurociências no mundo contemporâneo (temática que me dediquei no mestrado). Além disso, sou um apaixonado por cinema, séries, livros, etc. Ah, sou autor do livro "O cérebro vai à escola": aproximações entre neurociências e educação no Brasil. Quer falar comigo? Meu email é felisboa02@hotmail.com
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  • Metáforas do cérebro: uma reflexão sobre as representações do cérebro humano na contemporaneidade

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Sobre o discurso neurocientífico

"Se a ciência tem uma função primordial, ela consiste na promoção do exame crítico da realidade, mas não na criação de histórias fantásticas e mitos alienantes. E se não podemos encontrar respostas definitivas para certas perguntas que temos levantado sistematicamente ao longo dos tempos, isso talvez aponte para certos limites de nosso conhecimento, o que nos obriga a recordar permanentemente os obstáculos que persistem, para não corrermos o risco de cair em novas formas de dogmatismo. Sendo assim, se a metafísica dualista é um resquício de nossa ingenuidade teórica e de nossa ignorância epistêmica, por que deveríamos considerar menos ingênua uma corrente de pensamento que atribui propriedades mágicas ao cérebro, transformando-o assim em um novo fetiche? No discurso neurocientífico contemporâneo, parece realmente haver menos ciência do que normalmente se imagina" (Saulo de Freitas Araújo)

Ciência como empreendimento humano

"É importante descrever da forma mais transparente possível o funcionamento da ciência para a sociedade - tanto seu gigantesco potencial quanto as suas limitações. Infelizmente, muitos cientistas fazem declarações exageradas, defendendo um triunfalismo positivista inadequado, onde a ciência, ao menos em princípio, pode resolver todas as questões. Uma visão bem mais realista é considerar que a ciência, enquanto empreendimento humano, é limitada e falível. Basta revisitar alguns episódios de sua história para convencer-se disso, notando como conceitos e visões de mundo mudaram - às vezes radicalmente - à medida que aprendemos mais sobre a Natureza e nosso lugar nela" (Marcelo Gleiser)

Limites da ciência

"A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um sabiá mas não pode medir seus encantos. A ciência não pode calcular quantos cavalos de força existem nos encantos de um sabiá" Manoel de Barros

Os limites das neurociências

"Conhecer o cérebro humano e os processos cognitivos e comportamentais pode ajudar imenso a decifrar zonas que até hoje permanecem obscuras. Mas eu gostaria de pensar que a própria neurociência se deve pensar criticamente e aceitar os limites da sua intervenção. É fácil crer que os neurocientistas, porque tocam nos segredos dos segredos, conhecem mais do que ninguém o ser humano. Mas isso não é tão simples. O que nos faz ser humanos não são apenas essências físicas, químicas ou complexos circuitos neuronais. É algo que se localiza nas relações intangíveis, nas trocas que não podem ser traduzidas em números. Há uma dose de mistério que não irá nunca ser completamente conhecida. E isso não é mau. Precisamos de saber mais, mas faz da nossa natureza fascínio pelo desconhecido" (Mia Couto)

Os riscos do reducionismo

"O sucesso da neurociência faz com que muitos caiam em explicações simplistas. Tudo que tem relação com o cérebro é complexo, e por isso os neurocientistas devem se explicar mais, sempre. O reducionismo traz muitos riscos. Há quem acredite que podemos resolver a dor e a tristeza só tomando pílulas, o que é ridículo. Medicamentos não são a única solução. Estamos imersos em afetos, relações sociais, a justiça, a política, a economia... Não se pode isolar o cérebro disso tudo. Não é vantajoso neurologizar todos os problemas que temos" (Antônio Damásio)

Uma postura anti-dogmática

"Jamais fui capaz de aceitar que qualquer sistema, por mais sedutor que pareça, possa abranger as ambiguidades inerentes a ser uma pessoa no mundo" (Siri Hustvedt)

O que me fascina

"Estou mais interessado no microcosmo do que no macrocosmo. Estou mais interessado em como um homem vive do que em como uma estrela morre, em como uma mulher abre seu caminho no mundo do que em como um cometa risca o céu. O mistério humano, e não a condição do cosmos, é o que me fascina" (Sherwin Nuland)

Isso é natural

"Nós vos pedimos com insistência /Nunca digam - Isso é natural /Diante dos acontecimentos de cada dia /Numa época em que corre o sangue /Em que o arbitrário tem força de lei /Em que a humanidade se desumaniza /Não digam nunca: Isso é natural /A fim de que nada passe por imutável". (Bertold Brecht)

Espiritualismo secular?

"Uma grande parcela da popularidade e da persuasão da psicologia advém de ser um espiritualismo sublimado: um modo secular e ostensivamente científico de assegurar a primazia do 'espirito' sobre a matéria" Susan Sontag

Medicalização da vida

"Uma vez classificadas como 'doentes', as pessoas tornam-se 'pacientes' e consequentemente 'consumidoras' de tratamentos, terapias e medicamentos, que transformam o seu próprio corpo no alvo dos problemas que, na lógica medicalizante, deverão ser sanados individualmente. Muitas vezes, famílias, profissionais, autoridades, governantes e formuladores de políticas eximem-se de sua responsabilidade quanto às questões sociais: as pessoas é que têm 'problemas', são 'disfuncionais', 'não se adaptam', são 'doentes' e são, até mesmo, judicializadas (...) A medicalização tem assim cumprido o papel de controlar e submeter pessoas, abafando questionamentos e desconfortos; cumpre, inclusive, o papel ainda mais perverso de ocultar violências físicas e psicológicas, transformando essas pessoas em 'portadores de distúrbios de comportamento e de aprendizagem'"(Manisfesto do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade)

O ceticismo necessário

"Descobrir a gota ocasional de verdade no meio de um grande oceano de confusão e mistificação requer vigilância, dedicação e coragem. Mas, se não praticarmos esses hábitos rigorosos de pensar, não podemos ter a esperança de solucionar os problemas verdadeiramente sérios com que nos defrontamos - e nos arriscamos a nos tornar uma nação de patetas, um mundo de patetas, prontos para sermos passados para trás pelo primeiro charlatão que cruzar o nosso caminho". (Carl Sagan)

Responsabilidade

"Algo saiu muito errado. Estão confundindo explicação com absolvição. Ao contrário do que insinuam os críticos das teorias das causas biológicas e ambientais do comportamento, explicar um corportamento não é desculpar quem o executou (...) Se o comportamento não é totalmente aleatório, há de ter alguma explicação; se o comportamento fosse totalmente aleatório, não poderíamos responsabilizar a pessoa em nenhum caso. Portanto, se alguma vez responsabilizarmos pessoas por seu comportamento, terá de ser a despeito de qualquer explicação casual que julguemos cabível, independente de ela invocar genes, cérebro, evolução, imagens da mídia, dúvida sobre si mesmo, criação ou convívio com mulheres briguentas. A diferença entre explicar um comportamento e desculpá-lo é captada no ditado "Compreender não é desculpar", e foi salientada de diferentes modos por muitos filósofos, entre eles Hume, Kant e Sartre. A maioria dos filósofos acredita que, a menos que uma pessoa seja realmente coagida (ou seja, se alguém apontar uma arma para sua cabeça), devemos considerar suas ações livremente escolhidas, mesmo se forem causadas por eventos no interior do seu crânio" (Steven Pinker)

Uma postura crítica

"Ajudamos a controlar crianças inquietas na escola, a melhorar a disciplina, a controlar a sexualidade; contribuímos com nosso saber para asilar os loucos, as prostitutas, os desempregados; ajudamos a ocultar a produção das desigualdades sociais justificando-as como diferenças individuais; criamos instrumentos de seleção e categorização; pusemos o homem certo no lugar certo; isentamos a escola de suas deficiências com nosso conceito de dificuldades de aprendizagem; chegamos até a justificar acidentes de trabalho pela pulsão de morte; construímos exclusão de minorias através da concepção de patologia nas condutas. Apresentamos como necessária e normal a constituição da família burguesa das camadas médias e condenamos as famílias das camadas de baixo poder aquisitivo à patologia; fizemos do homem branco, europeu, heterossexual, das camadas médias, o modelo da normalidade (...) Justificamos e reafirmamos a normalidade das condutas das camadas dominantes, apresentando-as como naturais. Retiramos desta natureza o conceito de normalidade. Enfim, tornamos normal o que é dominante. Esse tem sido o nosso compromisso social". (Ana Bock)
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