Nos últimos três meses duas mulheres formadas em psicologia (ou psicólogas? – ver discussão aqui) posaram para a famosa revista masculina Playboy. Em março foi a vez de Tatiana Gomes, também conhecida como a "MC Princesa" ou “psicóloga do funk” (ja falei dela nele blog – ver aqui). Agora, em maio, sai Josy, ex-bbb, modelo, cantora... e psicóloga, ou melhor, formada em Psicologia. Não vou adotar, como fizeram outros blogs e sites, uma postura conservadora e preconceituosa e dizer, no caso sobre Tatiana Gomes, "que essas mulheres frutas fiquem rebolando a gente até entende, afinal são burras e só sabem fazer isso, mas uma moça (mãe de dois filhos aliás) educada e inteligente escolher isso é simplesmente inacreditável". Elas fizeram suas escolhas e eu não tenho nada a ver com isso!
O que gostaria de debater em cima desta notícia é o seguinte: a prática profissional da psicologia no Brasil, essencialmente feminina e clínica, é revestida de um manto de mistério que, para muitos (homens), transforma-se em fantasia sexual. O melhor exemplo que encontrei na net foi de Thor, codinome de algum cara que fez a seguinte pergunta para o Yahoo Respostas (ver aqui): "O que devo fazer para namorar uma psicóloga bonita, gostosa, do estilo da Ivete Sangalo?". E ele continua: "Tenho tara por psicólogas! Penso que deve ser muito bom envolver com psicólogas dentro do consultório ou fora dele! Mas gostaria mesmo que fosse dentro do consultório, pois assim iria aumentar minha auto-estima e eu sentiria um verdadeiro homem se acontecesse uma transa dentro do consultório. O que devo fazer para que isso aconteça, já que gosto de mulheres lindas e inteligentes?" A melhor resposta dada a Thor foi a seguinte: "Marque uma consulta com alguém (psicóloga) dentro do perfil que deseja e ai no ato da consulta, quando estiver falando de alguns problemas seus, desejos, frustações, alegrias, medos, etc.....aproveite e se confesse: 'tenho um sonho, sou doidinho, para ter um romance, uma transa com uma psicológa dentro de seu consultório'. Pode não colar, mas ficará por isso mesmo pois elas estão lá para te ouvir e guardar segredo daquilo que diz, não é mesmo?"
O fato é que nossa prática profissional, especialmente a clínica, é um tanto misteriosa para a maioria das pessoas. E este mistério/ desconhecimento abre espaço (como todos os mistérios e desconhecimentos) para a fantasia. "O que será que eles fazem lá dentro?", já ouvi de leigos. O fato de o trabalho clínico ser predominantemente individual, pago e essencialmente íntimo, leva algumas pessoas a comparar psicólogas com, digamos, garotas de programas. Sério, já ouvi isso! Em alguns meios, fundamentalmente masculinos e machistas, esta é a imagem da Psicologia. Sobre esta visão, vejam como a Desciclopédia (versão maldosa e machista da Wikipedia) define Psicóloga:
Prosti..., digo, Psicóloga é a "profissional" que entra numa faculdade (no curso de psicologia obviamente) e depois de cinco anos (ou até mesmo antes), acha que pode ficar ditando tendências de comportamento, só porque fez esse curso tosco e inútil. Então, ela arruma emprego no RH (Reduto de Humilhações) de uma empresa qualquer e tem a função de fazer perguntas insanas e totalmente desprovidas de sentido. Psicólogas não tem outra função na sociedade que não seja a procriação. Não é a toa que hoje em dia elas são o tipo de profissional mais odiada (ganhando até mesmo dos advogados). Essas "profissionais" não conseguem nem resolver o problema delas mesmas, quanto mais o problema dos outros. Em caso de depressão, o mais recomendado é procurar um puteiro ou encher a cara com os amigos. Psicólogas podem dizer que você é talentoso quando você estiver com baixa alto estima, porém cobram para isso o equivalente a duas garrafas de uísque Blue Label do bom, ou seja, não compensa! Procure uma psicóloga apenas se você tiver interessado em fazer sexo com ela. Geralmente é um grande problema porque elas gostam de discutir a relação antes do ato. É uma imensa enrolação e o pior: costumam ser péssimas de cama. Ficam discutindo sua ansiedade em querer enrabá-la e nada de deixar rolar.
Chocante, não?