sábado, 11 de abril de 2009

Opinar ou não opinar, eis a questão!


Esta semana, um assunto que mobilizou a imprensa - pelo menos a virtual - foi a súbita decisão do jogador Adriano de parar de jogar futebol por tempo indeterminado. Dezenas de psicólogos, psiquiatras e psicanalistas foram convocados para explicar tal atitude. Segundo o site do Globo Esporte: "Psicólogos e psicanalistas dizem que o atacante Adriano tem dificuldade em lidar com o sucesso. Na semana passada, ele não se apresentou ao Inter depois do jogo da seleção e passou três dias na Vila Cruzeiro, favela onde foi criado, no subúrbio do Rio de Janeiro. Segundo especialistas, a volta às origens seria uma forma de retomar o anonimato e a vida pessoal". Já de acordo com o portal Terra, segundo o "presidente da Associação Paulista da Psicologia do Esporte, a necessidade de Adriano recorrer a seus amigos da favela se dá por causa da ascensão como uma estrela do futebol. 'Quando uma pessoa muda de classe social e econômica de uma forma muito abrupta, pode desenvolver um distanciamento de sua identidade e de sua imagem, logo é importante retornar à origem. Ele quer o colo da mãe e dos amigos', analisa". Na mesma matéria, uma psicóloga "sugere que contratempos pessoais devem ter sido a origem dos problemas do atacante. 'Ele é um atleta de altíssimo nível que tem demonstrado nesses últimos dois anos muita instabilidade emocional. O Adriano mostra evidências claras de que algo extracampo aconteceu que o tirou desse caminho. Ele precisará trabalhar isso', aponta". Muitos opininaram, mas poucos ou nenhum destes opinadores de plantão (que existem aos montes) conhecem Adriano minimamente para falarem o que falaram. São palavras vagas, baseadas em praticamente nada, além - obviamente - de informações fornecidas pela mídia (o que a história já provou serem, em muitos casos, pouco ou nada confiáveis). Isto está se tornando uma praga: falar sobre a vida alheia sem conhecimento de causa. Para a maioria das pessoas isto não é um problema, mas quando um profissional sai por aí explicando a vida e as escolhas de pessoas que ele desconhece, aí se torna um problema. Mas o problema é maior: se o profissional efetivamente conhece o jogador, seja porque faz um acompanhamento sistemático ou porque o atende ocasionalmente, aí é que ele não pode mesmo falar sobre o caso. Como resolver este dilema? Não sei, mas acho que entre falar obviedades e não falar nada, talvez a melhor e mais sensata opção seja a segunda. Afinal, como diz o ditado, quem fala demais dá bom dia a cavalo!
Comentários
2 Comentários

2 comentários:

Luciana Rodrigues Vasconcellos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana Campos disse...

QUERO PARABENIZAR POR ESTE POST, SINCERAMENTE NÓS APRENDEMOS TANTO QUE CADA INDIVÍDUO REAGE DE UMA FORMA PARTICULAR, HÁ CASOS E CASOS, NÃO PODEMOS PARTILHAR DO SENSO COMUM E OPINAR ASSIM EM "ACHISMOS" SÓ PODERIA TALVEZ SE PRONUNCIAR O ANALISTA DA PRÓPRIA PESSOA CASO HOUVESSE UM....
COMECEI A LER OS COMENTÁRIOS E FUI CRITICANDO AQUI E DEPOIS CONFORME DESCI A PÁGINA SEU COMENTÁRIO FOI EXATAMENTE O QUE EU HAVIA DITO...
PARABÉNS ESTE BLOG É MUITO BOM ESTOU ME DELICIANDO COM AS INFORMAÇÕES.
LUCIANA COUTINHO/BRASILEIRA
ALUNA DE PSICOLOGIA
LISBOA- PORTUGAL