Esta semana, um assunto que mobilizou a imprensa - pelo menos a virtual - foi a súbita decisão do jogador Adriano de parar de jogar futebol por tempo indeterminado. Dezenas de psicólogos, psiquiatras e psicanalistas foram convocados para explicar tal atitude. Segundo o site do Globo Esporte: "Psicólogos e psicanalistas dizem que o atacante Adriano tem dificuldade em lidar com o sucesso. Na semana passada, ele não se apresentou ao Inter depois do jogo da seleção e passou três dias na Vila Cruzeiro, favela onde foi criado, no subúrbio do Rio de Janeiro. Segundo especialistas, a volta às origens seria uma forma de retomar o anonimato e a vida pessoal". Já de acordo com o portal Terra, segundo o "presidente da Associação Paulista da Psicologia do Esporte, a necessidade de Adriano recorrer a seus amigos da favela se dá por causa da ascensão como uma estrela do futebol. 'Quando uma pessoa muda de classe social e econômica de uma forma muito abrupta, pode desenvolver um distanciamento de sua identidade e de sua imagem, logo é importante retornar à origem. Ele quer o colo da mãe e dos amigos', analisa". Na mesma matéria, uma psicóloga "sugere que contratempos pessoais devem ter sido a origem dos problemas do atacante. 'Ele é um atleta de altíssimo nível que tem demonstrado nesses últimos dois anos muita instabilidade emocional. O Adriano mostra evidências claras de que algo extracampo aconteceu que o tirou desse caminho. Ele precisará trabalhar isso', aponta". Muitos opininaram, mas poucos ou nenhum destes opinadores de plantão (que existem aos montes) conhecem Adriano minimamente para falarem o que falaram. São palavras vagas, baseadas em praticamente nada, além - obviamente - de informações fornecidas pela mídia (o que a história já provou serem, em muitos casos, pouco ou nada confiáveis). Isto está se tornando uma praga: falar sobre a vida alheia sem conhecimento de causa. Para a maioria das pessoas isto não é um problema, mas quando um profissional sai por aí explicando a vida e as escolhas de pessoas que ele desconhece, aí se torna um problema. Mas o problema é maior: se o profissional efetivamente conhece o jogador, seja porque faz um acompanhamento sistemático ou porque o atende ocasionalmente, aí é que ele não pode mesmo falar sobre o caso. Como resolver este dilema? Não sei, mas acho que entre falar obviedades e não falar nada, talvez a melhor e mais sensata opção seja a segunda. Afinal, como diz o ditado, quem fala demais dá bom dia a cavalo!
sábado, 11 de abril de 2009
2 Comentários
2 comentários:
- Luciana Rodrigues Vasconcellos disse...
- Este comentário foi removido pelo autor.
- 11 de abril de 2009 às 14:33
- Luciana Campos disse...
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QUERO PARABENIZAR POR ESTE POST, SINCERAMENTE NÓS APRENDEMOS TANTO QUE CADA INDIVÍDUO REAGE DE UMA FORMA PARTICULAR, HÁ CASOS E CASOS, NÃO PODEMOS PARTILHAR DO SENSO COMUM E OPINAR ASSIM EM "ACHISMOS" SÓ PODERIA TALVEZ SE PRONUNCIAR O ANALISTA DA PRÓPRIA PESSOA CASO HOUVESSE UM....
COMECEI A LER OS COMENTÁRIOS E FUI CRITICANDO AQUI E DEPOIS CONFORME DESCI A PÁGINA SEU COMENTÁRIO FOI EXATAMENTE O QUE EU HAVIA DITO...
PARABÉNS ESTE BLOG É MUITO BOM ESTOU ME DELICIANDO COM AS INFORMAÇÕES.
LUCIANA COUTINHO/BRASILEIRA
ALUNA DE PSICOLOGIA
LISBOA- PORTUGAL - 25 de abril de 2009 às 06:04
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