terça-feira, 18 de janeiro de 2022

"Dopesick" e os crimes da Big Pharma

Assisti na semana passada à minissérie Dopesick, premiada no último Globo de Ouro - Michael Keaton levou o prêmio de melhor ator em série limitada por ela. E gostei muito! Disponível oficialmente na Star+ (mas também, é claro, em plataformas "alternativas") esta minissérie de 8 episódios trata do escândalo do OxyContin, um potente analgésico à base de opiáceos cujos terríveis efeitos colaterais, que incluem dependência e morte por overdose, foram minimizados e escondidos pela empresa produtora, a gigante farmacêutica Purdue Pharma, através de uma série de estratégias - muito bem retratadas pela série. É possível dizer que esta droga praticamente sozinha foi a grande responsável pela chamada crise dos opiáceos nos Estados Unidos, que resultou na morte de mais de 500 mil pessoas desde seu lançamento, em 1995. A minissérie acompanha, ao estilo Spotlight, a investigação que culminou em um processo contra a empresa e ainda apresenta um mosaico de personagens que representam os diversos atores envolvidos nesta crise (médicos, usuários da droga, representantes farmacêuticos, empresários, procuradores, movimentos sociais organizados, etc). Baseada no livro Dopesick: Dealers, Doctors, and the Drug Company That Addicted America, escrito pela jornalista Beth Macy, a minissérie é uma boa introdução à esta problemática. Caso você queira saber mais sobre a crise dos opióides e o papel da Purdue Pharma recomendo ainda o documentário O crime do século, disponível na HBO Max.

 

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