Eu fiquei simplesmente devastado com a notícia do falecimento do grande professor Saulo de Freitas Araújo no dia de ontem, 2 de maio de 2024. Saulo era professor e pesquisador do departamento de psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde eu me formei em 2007, e ele sempre foi pra mim uma enorme referência acadêmica e intelectual - e também para muitas outras pessoas que se interessam pelos campos da história e da filosofia da psicologia. Mas ele foi também uma referência de gentileza e cuidado com seus alunos. Foi por conta de suas aulas, encantadoras - e também do seu fenomenal livro "Psicologia e Neurociência" - que eu me aproximei das discussões sobre o campo neuro, discussões estas que eu me aprofundei tanto no mestrado quanto no doutorado e que me mantenho imerso até hoje. No meu primeiro livro, "O cérebro vai à escola", fruto da minha dissertação, eu fiz questão de incluir um sincero agradecimento a ele, por ter "jogado a sementinha" de toda essa discussão lá na graduação. E felizmente eu tive a oportunidade, tempos atrás, de entregar meu livro pra ele e agradecê-lo presencialmente - e ele, como sempre, foi muito receptivo e gentil. Enfim, a psicologia brasileira perdeu hoje um dos grandes pesquisadores da área da história da psicologia e um dos maiores especialistas mundiais na obra do fundador da psicologia, Wilhelm Wundt - e foi por conta de sua pesquisa de doutorado sobre Wundt, publicada depois como livro, e de outros estudos por ele realizados ao longo dos anos, que ele recebeu em 2013 (tendo sido o primeiro sul-americano a receber) o importante prêmio Early Career Award, concedido pela divisão de História da Psicologia da Associação Americana de Psicologia (APA). Mas o departamento de psicologia da UFJF também perdeu hoje um grande professor, colega e amigo. E eu perdi uma das minhas principais referências acadêmicas, intelectuais e de vida. Vá em paz, querido Saulo. E muito obrigado por tudo!
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