quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Em busca da imortalidade da mente

Desde tempos imemoriais os seres humanos acreditam - e confiam - na imortalidade dos deuses e das almas. Em especial, a ideia de que nossa alma sobrevive após a morte do nosso corpo, está presente desde os primeiros escritos feitos pela humanidade. No clássico diálogo Fédon, publicado no século 4 A.C., o filósofo Platão aponta para a morte como o momento em que nossa alma, sede da nossa razão, se liberta do nosso corpo, sede de nossas emoções e, portanto, inimigo da razão. Para Platão, a alma, ao contrário do corpo, é indestrutível e, consequentemente, imortal. "Quando o homem perece, sua parte mortal também perece, mas a imortal escapa rapidamente, salvando-se da morte", aponta o autor. Alguns séculos à frente, René Descartes, em sua clássica obra Meditações metafísicas - originalmente denominada Meditações de filosofia primeira em que a existência de Deus e a imortalidade da alma são demonstradas - defende, mais uma vez, a noção de uma alma imaterial e imortal, oposta, ainda que conectada (por meio da Glândula Pineal), ao nosso corpo material e mortal. E de uma forma ampla todas as religiões e filosofias espiritualistas defendem alguma versão desta noção, que provavelmente teve início com a própria humanidade e sobreviveu, com grande força, até os dias atuais. 

Etapas da Iniciativa 2045
A grande novidade de nossos tempos é busca científica pela imortalidade, que ocorre basicamente de três formas: 1) busca pela imortalidade do corpo; 2) busca pela imortalidade do cérebro e 3) busca pela imortalidade da mente. A primeira busca está relacionada à todos os esforços para deter ou mesmo reverter o processo de envelhecimento. Alguns cientistas contemporâneos de fato acreditam e defendem a visão de que o envelhecimento é uma doença cuja cura, se encontrada, acarretará na amortalidade (mas não na imortalidade) dos seres humanos - a diferença é que enquanto a amortalidade implica no fim da morte por causas naturais, a imortalidade pressupõe que os homens se tornem deuses, ficando imunes também à morte por causas não-naturais - um ser imortal não morreria nem mesmo se um trem passasse por cima de sua cabeça). Já a segunda busca descarta o corpo de uma forma geral e se foca no cérebro humano, entendido como a única parte que realmente importa para que sejamos nós mesmos - concepção reducionista que eu já critiquei neste blog inúmeras vezes. Propostas ficcionais de transplante de cérebro, como aquelas expostas nos filmes O cérebro que não queria morrer (1962), O homem com dois cérebros (1983) e Corra! (2017) se relacionam indiretamente a esta busca, assim como propostas reais, mas ainda longe de serem concretizadas, como a Iniciativa 2045, que pretende, até 2025, transferir o cérebro do bilionário russo Dmitry Itskov para um corpo sintético, que levará o seu "eu" para toda a eternidade. O grande problema desta busca é que o cérebro, assim como o resto do corpo, tem um prazo de validade e inevitavelmente morre. Esta segunda busca só terá algum sucesso - o que duvido muito - caso a primeira seja efetivada - o que também duvido muito (até acredito que a vida possa ser estendida para 150 ou 200 anos, por exemplo,  mas não creio que conseguirão estendê-la indefinidamente). E é exatamente por conta desta difícil limitação - que é a limitação essencial da própria vida, efêmera por sua própria natureza - que muitos cientistas e futurologistas tem se focado na terceira via, isto é, na busca pela imortalidade da mente. E é sobre essa busca que irei me focar mais detidamente abaixo.

Corpo/capa descartável na série Altered carbon
Essa terceira busca ainda permanece e provavelmente permanecerá por muitos e muitos anos (para sempre, creio eu) no terreno da ficção científica. Veja, por exemplo, os filmes Transcendence: a revolução (2014), Soldado do futuro (2013), o curta-metragem The Final Moments of Karl Brant (2013), ou ainda a série Altered carbon, lançada em 2018 pela Netflix - isto para não falar de alguns episódios das fantásticas séries Black Mirror, Humans, Arquivo X, Philip K. Dick' Eletric Dreams e Westworld. Todas estas produções exploram a ideia de mind upload, isto é, a possibilidade ainda remota de transferência da mente ou da consciência para dispositivos eletrônicos, ocasionando uma espécie de imortalidade digital. No filme Trancendence, por exemplo, acompanhamos o cientista Will Caster transferir a própria mente para um computador quântico e, com isso, se tornar incrível e exageradamente poderoso. Já na belíssima embora insossa série Altered Carbon, observamos o upload da mente como uma prática cotidiana no mundo futurista que ela retrata. A diferença é que enquanto no filme a mente é transferida para um computador, possuindo apenas uma existência digital, não-corporificada, na série as mentes são transferidas para dispositivos que são acoplados a corpos artificiais (denominados "capas") possuindo, desta forma, existências corporais. Na série, as pessoas, ou melhor, suas mentes, não morrem jamais: quando o corpo perece, um disco rígido com o conteúdo de sua mente é simplesmente realocado em uma nova capa (que pode ser de um outro gênero, idade ou etnia) e a vida continua indefinidamente - como afirma o protagonista da série, você troca de capa como uma cobra muda de pele. O corpo, na sociedade retratada pela série, é absolutamente descartável. O que há de importante no ser humano, e que permanece ao longo das gerações, não é nem o seu corpo nem o seu cérebro, mas única e exclusivamente sua mente, isto é, a coleção de suas vivências e memórias.

Embora a ideia de upload mental ainda esteja no plano da ficção-científica, alguns cientistas e transhumanistas tem apostado neste caminho como aquele que conduzirá a humanidade à tão sonhada imortalidade. O bilionário russo Dmitry Itskov, que já mencionei acima, estabeleceu como penúltima meta de sua Iniciativa a "transferência da personalidade" de uma pessoa para o "cérebro artificial de um Avatar". Por fim, a última etapa, programada para o ano de 2045, seria a total descorporificação da humanidade através da criação de um avatar holográfico que levaria a "personalidade" da pessoa para toda a eternidade - ou até a primeira falta de energia elétrica. Outra iniciativa ambiciosa que, de alguma forma, dialoga com as propostas da Iniciativa 2045 é o Human Brain Project (Projeto Cérebro Humano), lançado em 2013 pela União Europeia e que atualmente envolve cerca de 500 cientistas de mais de 100 universidades. Ainda que não pretenda realizar o upload da mente ou do cérebro para um computador, este megaprojeto se propõe, dentre outras coisas, a construir uma simulação do cérebro humano em um supercomputador. A diferença é que enquanto o upload pretende transferir e não apenas copiar a mente humana, a simulação pretende recriar artificialmente o funcionamento do cérebro (mas não da mente, o que não seria nem de longe possível já que ninguém ainda compreende plenamente qual a relação da mente com o cérebro e com o resto do corpo). No entanto, cabe a reflexão de se em um eventual upload, o que seria de fato transferido para um computador seria a própria mente ou apenas uma simulação dela. E esta reflexão leva, por sua vez, a indagações ainda mais complexas: caso conseguissem "baixar" todo o conteúdo de sua mente, "transferindo-o" em seguida para um computador, esse novo "arquivo" seria realmente você ou apenas uma cópia sua? E se fizessem isso com você ainda vivo seria possível dizer que após a "transferência" passariam a existir duas - ou talvez três, quatro, cinco ou mil - versões de você mesmo? Será que diante da existência de mil "eus" ainda poderíamos falar em um "Eu"? Como ficaria a noção de individualidade caso existissem infinitas versões de nós mesmos (como descobre Buzz Lightyear no desenho Toy Story)? E mais: como seria esta versão "sem corpo" de você mesmo? Ela ainda teria direitos e deveres como todos os seres humanos corporais e estaria sujeita a penalizações caso cometesse algum crime virtual, por exemplo? Como ficariam as relações pessoais em tal contexto? Sem dúvida alguma estas perguntas são, atualmente, irrespondíveis - e na minha sincera opinião, dificilmente o serão no futuro.

A comunidade científica, de uma forma geral, parece enxergar esta busca pela imortalidade digital com grande ceticismo. Cientistas proeminentes das áreas da neurociência e ciências cognitivas já vieram à público manifestar profundas críticas com relação à tais propostas. Por exemplo, questionado pelo site Gizmodo se acreditava na possibilidade de um upload mental, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis respondeu: "Não, porque nossas mentes não são digitais. Depende da informação incorporada no tecido cerebral que não pode ser extraída por meios digitais. Isso nunca vai acontecer. Este é apenas um mito de scifi urbano que não possui mérito ou apoio científico. Isso só diminui a natureza única de nossa condição humana - ao compará-la às máquinas digitais - e infunde medo às pessoas que não conhecem melhor". Em seu livro O cérebro relativístico: como ele funciona e porque ele não pode ser simulado por uma máquina de Turing, escrito em parceria com o matemático Ronald Cicurel, Nicolelis se coloca de forma absolutamente crítica com relação à possibilidade de criar uma simulação do cérebro humano - e, como já apontei anteriormente, a ideia de "transferência da mente" pressupõe a criação de uma simulação. Afirmam os autores nesta obra difícil e  pouquíssimo conhecida: "a tentativa de simular cérebros num computador digital é limitada por uma longa série de problemas, ditos não computáveis ou intratáveis matematicamente, que nem mesmo um supercomputador de última geração será capaz de solucionar. Pelo contrário, nós propomos que sistemas nervosos complexos geram, combinam e estocam informação sobre si mesmos, o corpo que habitam e o mundo exterior que os circunda, através de uma interação dinâmica e recursiva de um sistema híbrido digital e analógico". Na visão dos autores, a transferência ou mesmo a simulação do cérebro humano em um computador digital não é possível por uma série de motivos, dentre os quais: 1) o sistema nervoso humano é um sistema biológico (e, portanto, analógico) cuja "linguagem", elétrica e química, não pode simplesmente ser transformada na linguagem computável (e, portanto, digital) dos bites e bytes. Como afirmam os autores, "a rica semântica dinâmica que caracteriza as funções cerebrais não pode ser reduzida à sintaxe limitada dos algoritmos usada por computadores digitais"; 2) uma característica essencial dos sistemas nervosos (que inclui mas não se restringe ao cérebro) é que eles interagem continuamente com o resto do corpo dos organismos e com o mundo exterior através dos órgãos dos sentidos. Imaginar que um sistema nervoso poderia ser transferido ou simulado sem qualquer interação com o restante do corpo e com o mundo exterior, não passaria, para os autores, de ficção científica; 3) outra característica fundamental do sistema nervoso é sua plasticidade, isto é, sua capacidade de alterar suas funções e estrutura em resposta à alterações no ambiente interno e externo dos organismos. Segundo os autores, "o cérebro é como uma orquestra cujos instrumentos continuamente mudam sua configuração estrutural em função da música produzida". A consequência disso é que qualquer simulação que não consiga reproduzir a plasticidade neuronal estaria fadada ao fracasso. No entanto, como simular tal característica sem a contínua interação com o corpo e o ambiente que possibilita a própria existência da plasticidade? 4) por fim, os autores argumentam que jamais uma simulação conseguirá reproduzir toda a complexidade dinâmica do cérebro humano. Segundo eles, "a típica estratégia utilizada por modeladores computacionais, nunca conseguirá descrever ou reproduzir, na sua integridade, a complexa riqueza dinâmica que dota cérebros como o nosso com seu inigualável repertório de funções e capacidades".

Em seu último livro, A estranha ordem das coisas, lançado em 2018 no Brasil, o famoso neurocientista português Antônio Damásio também faz importantes e duras críticas à proposta do upload mental. No capítulo 11 desta excelente obra, denominado Medicina, imortalidade e algoritmos, Damásio comenta sobre a proposta transhumanista de que a mente poderá um dia ser "carregada" em um computador de forma a garantir sua vida eterna. Afirma o autor: "No momento, este cenário é implausível. Ele revela uma noção limitada do que a vida realmente é, além de deixar transparecer a falta de entendimento das condições nas quais os verdadeiros seres humanos constroem experiências mentais. O que os transumanistas iriam carregar no computador ainda é um mistério. Decerto não seriam experiências mentais, pelo menos não se estas amoldarem-se aos relatos que a maioria dos humanos faria sobre sua mente consciente. Uma das principais ideias deste livro [e de toda a obra de Damásio] é que as mentes surgem de interações de corpos e cérebros, e não de cérebros isoladamente. Por acaso os transumanistas estão planejando carregar o corpo também?". Em toda sua obra - que inclui os livros O erro de Descartes, O mistério da consciência, E o cérebro criou o homem e Em busca de Espinosa - Damásio aponta de forma enfática para a importância de todo o corpo (que inclui o cérebro mas não se limita a ele) para a formação e constituição daquilo que denominamos "mente". Em seu novo livro ele resume da seguinte forma seu entendimento sobre essa questão: "Não existe mente sem corpo. Nosso organismo contém um corpo, um sistema nervoso e uma mente, que é derivada de ambos". A consequência desta visão é que a mera ideia de uma mente sem corpo - e sem a constante interação deste corpo com o ambiente - não faz o menor sentido. Além do mais, Damásio é extremamente crítico à ideia de que os organismos naturais poderiam, de alguma forma, ser reduzidos a algoritmos, isto é, à linguagem computacional. Segundo ele, "dizer que organismos vivos são algoritmos é, no mínimo, equivocado e, rigorosamente falando, falso. Algoritmos são fórmulas, receitas, enumerações de passos na construção de determinado resultado. Os organismos vivos, inclusive o humano, são construídos segundo algoritmos e fazem uso deles para operar seu maquinário genético. Mas eles próprios NÃO são algoritmos. São consequências do emprego de algoritmos e apresentam propriedades que podem ou não ter sido especificadas nos algoritmos que guiaram sua construção [são as propriedades emergentes dos organismos]. Acima de tudo, são grupos de tecidos, órgãos e sistemas nos quais cada célula componente é uma entidade viva vulnerável feita de proteínas, lipídios e açucares. Eles não são linhas de código; são matéria palpável". Em sua obra, Damásio repetidas vezes sublinha que a metáfora da máquina, que ainda (e infelizmente) domina nosso entendimento sobre o cérebro - quem nunca escutou ou leu que "o cérebro é a máquina mais complexa existente no universo"? - por vezes nos faz esquecer que o cérebro real não é nem de longe uma máquina, mas um órgão biológico tal qual o coração, o fígado ou o pâncreas. E a "linguagem" que ele utiliza na comunicação entre suas células é essencialmente a linguagem química, o que dificulta em muito sua tradução para a linguagem algorítimica - aliás, a tradução, neste caso, é até possível, mas, como bem afirmam os tradutores, toda tradução é uma traição, o que significa dizer que sempre ocorrerão perdas neste processo de transformação de uma linguagem em outra. Por fim, Damásio questiona a pertinência desta busca pela imortalidade digital, afirmando que "não devemos negar o mérito de um projeto científico, nem impedí-lo pelo fato de ele conter uma interpretação problemática da humanidade. Meu argumento é mais simples. Apresentar interpretações da humanidade que parecem diminuir a dignidade humana - mesmo que não tenham intuito de fazê-lo - não favorece a causa humana".

Pegando carona neste comentário de Damásio, gostaria de fechar toda esta discussão - que se estendeu para muito além do que eu imaginava inicialmente - refletindo sobre uma questão mais básica: a imortalidade é desejável? Creio que algumas pessoas afirmariam que sim, argumentando que a morte é algo essencialmente ruim, mas outras - dentre as quais eu me incluo - entendem que a imortalidade seria muito pouco vantajosa. Afinal, você já parou para pensar como usaríamos o nosso tempo se tivéssemos todo o tempo do mundo? Como seriam os nossos relacionamentos, a nossa relação com o trabalho e com nossos projetos pessoais se a vida se tornasse repentinamente ilimitada? Embora não tenhamos condições de responder tais questões com base na realidade - pois ainda somos e provavelmente continuaremos sendo seres mortais -, a ficção está repleta de reflexões sobre essa questão. Pegue, por exemplo, os filmes Amantes eternos (2014) e O homem da terra (2007)  - eu poderia citar muitos outros, mas vou me ater a esses. Nestes dois filmes, os protagonistas são pessoas imortais - na verdade, amortais - que seguem pelo mundo através dos séculos. No maravilhoso filme Amantes eternos, por exemplo, acompanhamos a vida de um casal de vampiros imortais, Adam e Eve (referência óbvia ao primeiro casal bíblico), que vagam pela Terra há milhares de anos. Cansados de tudo e de todos eles permanecem algum tempo juntos, depois se cansam um do outro e "dão um tempo" de algumas centenas de anos. Ao longo dos séculos eles já fizeram um pouco de tudo, já se relacionaram com outras pessoas e viram todas morrerem, observaram o mundo mudar e os humanos (que eles chamam de "zumbis") cometerem repetidamente os mesmos erros. Enfim, eles vivem um gigantesco e permanente tédio - assim como, em menor grau, o protagonista do igualmente maravilhoso e filosófico filme O homem da terra, que, de forma semelhante à famosa música de Raul Seixas, teria nascido "há dez mil anos atrás" (na verdade, há 14 mil anos), ainda na chamada pré-história. Em ambas produções, os protagonistas são forçados a se mudarem de tempos em tempos de cidade, e até de país, de forma que ninguém descubra que são imortais. De toda forma, o que esse filmes trazem de reflexão é que a imortalidade dificilmente seria feliz; pelo contrário, muito provavelmente ela seria absurda e insuportavelmente tediosa. São as limitações impostas pela vida - de tempo, inclusive - que fazem com que demos valor às pequenas e grandes conquistas que obtemos. Se tivéssemos todo o tempo do mundo e se pudéssemos fazer tudo o que quiséssemos, muito provelmente não dariamos valor a nada. Como bem aponta o filósofo norueguês Lars Svenden no ótimo livro Filosofia do tédio, "quanto mais escolhas e possibilidades houver, menos importância cada uma delas terá. Cercado por uma seleção infinita de objetos 'interessantes' que podem ser escolhidos de modo a serem descartados, nada terá valor algum. Por essa razão, a imortalidade, que permitiria um número infinito de escolhas, teria sido imensamente entediante". Na mesma direção, como a Anciã do filme Doutor Estranho, penso que é a morte é que dá sentido à vida. Se não morrêssemos, muito provavelmente nunca nos preocuparíamos em dar significado e valor à nossa existência. Sem o limite temporal e o "senso de urgência" que a morte nos traz - e que nos move à ação - muito provavelmente deixaríamos tudo sempre para depois. É a inevitabilidade de nossa finitude que faz com que busquemos preencher os nossos dias da melhor forma possível. Como bem afirma o filósofo alemão Hans Jonas no magnífico artigo O fardo e a benção da mortalidade, "o conhecimento de que só estamos aqui por um breve período e que um limite não negociável é posto à nossa expectativa de tempo pode, inclusive, ser necessário enquanto incentivo para contarmos nossos dias e fazê-los valer".
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